sexta-feira, março 03, 2006

Pólo Hermitage

À semelhança do que existe em Londres e Las Vegas também Lisboa vai ter um pólo do Museu Hermitage. Finalmente, segundo a Sr.ª Ministra, Portugal vai ter a possibilidade de incorporar as rotas das grandes exposições internacionais. Isto sem dizer uma única palavra sobre os custos para Portugal e contribuintes deste protocolo na entrevista que deu ontem na SIC Notícias. Confesso também que o Jão Adelino Faria se devia ter preparado melhor para esta entrevista. Facilmente encontrava melhores perguntas a fazer a Isabel Pires de Lima. Assim sendo temos uma excelente notícia para a área cultural, o fabuloso Hermitage vai mostrar o seu espólio em Portugal, evitando que a malta tenha que dispender muitos rublos para ir a S. Petersburgo. A malta agradece senhora ministra, mas eu acho que a malta agradecia mais se os museus portugueses tivessem realmente melhores condições de trabalho. E não me diga a mim, como teve a lata de dizer ao João Adelino Faria que os museus portugueses têm problemas, mas muito menos do que tinham quando entrou. A questão é que os museus têm agora orçamento para o básico dos básicos. Para terem papel higiénico nas casas de banho, por exemplo, mas ainda não têm para questões obrigatórias na missão do museu, como por exemplo, o estudo das colecções, a criação de exposições, ter um papel determinante na educação, fazer o inventário dos bens culturais que têm a obrigação de salvaguardar... enfim... seria um rol imenso de coisas que estão mal. Mas deixo-lhe aqui uma sugestão simples. Sente-se numa cadeira de rodas e visite alguns dos museus que o seu ministério tutela para ver as coisas sob outra perspectiva.

IPPAR Porto

Muita coisa se escreveu e disse sobre o mal afamado (e não só por esta última polémica) Túnel de Ceuta. Nos meus tempos de estudante começou-se esta obra no sentido de permitir uma ligação mais rápida da baixa a Júlio Dinis e à Boavista. Desde cedo a coisa complicou-se ficando uma ferida aberta no coração da cidade, disfarçada com taipais e publicidade em cartazes. Quantos e quantos anos não passava no jardim ao lado do Hospital de Santo António e me amargurava aquela triste situação. Enfim... coisas habituais neste Portugal. Quando Rui Rio anunciou que iria finalizar a obra fiquei, embora com a desconfiança "S. Toméense", contente! Pelo menos alguém demonstra vontade. No entanto, o final do processo deu nestes tristes episódios relativos à finalização do túnel perto do Museu Soares dos Reis. Confesso que não estando dentro do processo, não o poderei ajuizar da melhor forma, mas uma saída de um túnel, que pretende ligar de forma mais fácil dois pontos da cidade, mesmo em frente ao Museu não é à primeira vista uma solução óbvia. Poderá sê-lo se apenas tivermos em consideração questões monetárias, mas essas não podem ser as únicas. Não sei se viram a "praça" que se quer criar à frente do Museu. É no mínimo rídicula. Comporta dificuldades para os peões, porque tem o mesmo, ou mais, trânsito e para o trânsito porque tem os mesmos, ou muitos mais, peões. Hoje li no Público que a direcção do IPPAR - Porto se tinha demitido em bloco e esta, meus amigos, é uma péssima notícia. Só quem não acompanhou os últimos anos do IPPAR aqui no Porto poderia ficar contente com a demissão do Dr. Lino Tavares Dias. Uma triste notícia mesmo.